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Cefaleia Cervicogênica: Quando a dor de cabeça tem origem no pescoço

  • Foto do escritor: Poliana Grasser
    Poliana Grasser
  • 16 de jul.
  • 2 min de leitura

Nem toda dor de cabeça tem origem na cabeça. Muitas pessoas enfrentam episódios recorrentes de cefaleia, submetendo-se a diversas abordagens terapêuticas que, por vezes, oferecem apenas alívio momentâneo. Em geral, essas abordagens incluem o uso de medicamentos analgésicos, neuromoduladores, bloqueios anestésicos ou toxina botulínica, baseando-se no pressuposto de cefaleias primárias como a enxaqueca. No entanto, em determinadas situações, a origem do sintoma encontra-se na coluna cervical, mais precisamente em alterações mecânicas que comprometem a mobilidade e a integridade dessa região.


A cefaleia cervicogênica é classificada como uma dor de cabeça secundária, de natureza musculoesquelética. Costuma manifestar-se de forma unilateral e contínua, irradiando da base do crânio para a testa, região ocular, mandíbula ou têmpora. É frequente a associação com rigidez cervical ou agravamento da dor em decorrência de movimentos específicos ou posturas mantidas por tempo prolongado.


Embora possa ser confundida com enxaqueca ou cefaleia tensional, a cefaleia cervicogênica apresenta características clínicas bem definidas. De acordo com os critérios da International Headache Society (ICHD-3) e com a literatura especializada (Sjaastad et al., 1990; Bogduk, 2009), destacam-se:


• dor unilateral, sem alternância de lados;

• piora com movimentos ou posições cervicais específicas;

• sensibilidade à palpação de estruturas cervicais;

• alívio parcial com técnicas de mobilização manual ou exercícios direcionados.


O diagnóstico funcional assume papel central, sobretudo porque exames de imagem, como a ressonância magnética, frequentemente não evidenciam alterações relevantes. A avaliação físico-funcional permite identificar padrões de dor que se modificam com o movimento, favorecendo um plano terapêutico preciso e individualizado.


Em minha prática clínica, observo que grande parte dos pacientes com cefaleia cervicogênica responde positivamente a estratégias conservadoras, pautadas na educação postural, em exercícios específicos e na valorização da autonomia do paciente. Esta abordagem respeita a singularidade de cada organismo e reduz a dependência de intervenções farmacológicas ou invasivas.


Caso você conviva com dores de cabeça persistentes associadas a rigidez ou desconforto no pescoço, recomendo que considere a possibilidade de uma origem cervical. Uma avaliação funcional bem conduzida pode revelar caminhos terapêuticos mais simples, eficazes e duradouros do que se imagina.


Referências

International Headache Society. International Classification of Headache Disorders, 3rd edition (ICHD-3). 2018.

Sjaastad, O., Fredriksen, T.A., & Pfaffenrath, V. Diagnostic criteria for cervicogenic headache. Headache. 1990; 30(11):725–726.

Bogduk, N. On the definitions and physiology of back pain, referred pain, and radicular pain. Pain. 2009; 147(1-3):17–19.

 
 
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