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A dor sem nome

  • Foto do escritor: Poliana Grasser
    Poliana Grasser
  • 8 de ago.
  • 2 min de leitura

Há dores que se justificam nos exames, que ganham laudos, códigos e rótulos, dores que podem ser medidas, classificadas, tratadas com um protocolo. Mas há também outro tipo de dor, mais discreta, mais difusa, mais persistente. Uma dor que não se instala em um lugar exato, mas se espalha ora no pescoço, ora no peito, ora na lombar, ora em lugares que parecem mudar sem lógica.


Ela escapa das definições, não aparece nos exames ou, se aparece, não se correlaciona. E não encontra explicações. Mas é real. E, pior: ela insiste. Essa é a dor que não tem um nome.


Muitas pessoas já sentiram isso: “Já fiz de tudo. Já fui a tantos médicos. Já tomei remédio, fiz exame, tentei tratamentos… mas ninguém descobriu o que tenho.” E então, quase sempre em voz mais baixa, vem a frase que mais revela o peso desse silêncio: “Mas eu sei que tem algo errado. Eu sinto.”


Nem toda dor é só lesão. Nem toda dor é apenas uma disfunção mecânica. Às vezes, a dor é um dos recursos que o corpo encontrou para chamar por cuidado. É uma dor que carrega histórias de sobrecarga, de silenciamento, de abandono, de pressa, de não-escuta. Uma dor que o corpo grita quando a alma já não encontra abrigo.


Quando essa dor chega, o primeiro passo não é o exercício, nem a medicação. É a escuta. Escutar não só o sintoma, mas a história que o corpo está tentando contar. Com tempo. Com presença. Com respeito. Sem apressar o diagnóstico.


Porque, às vezes, a dor não quer um nome. Quer ser acolhida. E, curioso, é justamente aí que algo começa a mudar. Quando a pessoa é reconhecida em sua experiência. Quando o corpo é escutado como corpo inteiro, e não apenas como uma parte que dói ou não funciona bem. É aí que a dor, aos poucos, pode se transformar.


E quando essa dor permanece em silêncio dentro de nós, o que mais machuca é perceber que, muitas vezes, ninguém realmente a escuta.

 
 
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